quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A Lente

Este é um texto elaborado em homenagem a um dos melhores fotógrafos brasileiros. Ele é gaúcho de nascimento, mas carioca de coração.

Diego possui uma sensibilidade diferenciada, permitindo assim acoplar aos seus conhecimentos técnicos de fotografia (luz, velocidade, foco, enquadramento, contraste, etc...) o seu poético coração.

Após uma viagem ao território asiático, Diego apresentou seu belo trabalho numa exposição, em que não faltaram as maiores e mais importantes autoridades da fotografia artística do país. A cada foto apresentada, a platéia soltava um ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, encantada com a percepção, a arte, a sensibilidade, o artista.

Ao chegar em casa, bastou ouvir o teclado me chamando, para logo colocar algumas palavras em homenagem a este fantástico artista:

VIVA O DIEGO !!!




LENTE


Fev 2005


Você me convoca para uma viagem,

vejo-o preparando a mala.

Checando documentos e passagem,

deixando bilhete, atravessamos a sala.



Aeroportos e avião,

em seu objetivo está concentrado.

Trinca nos dentes o facão,

vai à luta, em ritmo acelerado.



Coladinha ao seu corpo, sigo atenta,

para que esta dupla não perca nada.

Chegando à beira do lago, você se senta;

sinto o momento, fico calada.



Sol do poente se aproximando;

as respirações aceleram,

seus dedos me tocando,

seus olhos azuis me atravessam.



Como um pistoleiro,

possui apenas uma bala.

Dispara o gatilho certeiro;

seu vitorioso sorriso me deixa sem fala.



Me põe descansando,

na sua cintura

Se mantém da cena desfrutando,

aquela que agora já é sua captura.



Retornamos ao hotel

num diálogo mudo.

Quer logo passar ao papel,

aquele cenário desnudo.



Me deixa na cama

em descanso.

Finaliza sua jóia, pronta para a fama;

deita e me abraça, a este amor me lanço.



Nasce mais um dia,

novo desafio.

Tua mente em alegria;

neste cenário, eu sorrio.



Quer registrar um monge,

em seu dia de formatura.

Nós que viemos de tão longe,

assistimos cena linda e pura.





Vêm enfileirados

para este importante momento;

compenetrados,

cerimônia que até pára o vento.



Este olho azul me atravessa novamente;

percebo que o segundo menino vai me olhar.

Te aviso, você o aguarda passar rente;

aguarda o momento certo para disparar.



Retornamos a nossa morada,

sabendo que não esqueceremos mais;

aquela cena registrada,

Voltamos ao remanso, te quero em paz.

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